A recente sentença n. 28485, depositada em 16 de julho de 2024, oferece insights significativos sobre a incompetência em razão da matéria decorrente de conexão, um tema de relevante importância no direito processual penal. Decidida pelo Tribunal de Apelação de Caltanissetta, a decisão esclarece alguns aspectos fundamentais sobre a possibilidade de arguição da questão em sede de legalidade, destacando a necessidade de uma correta tempestividade na arguição da incompetência.
O Tribunal declarou inadmissível a exceção de incompetência em razão da matéria decorrente de conexão, com base no art. 15 do código de processo penal. Este artigo estabelece que a incompetência não pode ser arguida pela primeira vez em sede de legalidade se não foi previamente levantada durante a audiência preliminar. A sentença, portanto, evidencia como uma eventual negligência na arguição da incompetência pode precluir a possibilidade de levantar a questão em fases posteriores do processo.
A incompetência em razão da matéria decorrente de conexão, nos termos do art. 15 do código de processo penal, não arguida de ofício ou arguida anteriormente à conclusão da audiência preliminar ou, quando esta falte, logo após a realização, pela primeira vez, da verificação da constituição das partes em audiência, não pode ser arguida, nem relevada pela primeira vez em sede de legalidade, obstando o disposto no art. 21, parágrafo 3º, do código de processo penal.
Esta sentença insere-se numa linha jurisprudencial já traçada por decisões anteriores, incluindo as sentenças n. 12764 de 2017 e n. 13938 de 2014, que abordaram temas semelhantes. As implicações práticas são de grande relevância para os operadores do direito, pois evidenciam a importância de uma estratégia processual atenta e bem planeada. Os advogados devem estar cientes de que a falta de arguição de incompetência em fase preliminar pode comprometer a possibilidade de levantar tal questão em fases posteriores, incluindo o grau de legalidade.
A sentença n. 28485 de 2024 representa um guia útil para advogados e profissionais do direito, sublinhando a importância da tempestividade na arguição de exceções de incompetência. Confirma que, na ausência de uma atenção adequada durante as fases preliminares, corre-se o risco de precluir oportunidades de defesa em fases posteriores do processo. Portanto, é fundamental que os operadores do direito estejam constantemente atualizados e cientes dos prazos e procedimentos, para garantir a melhor tutela dos direitos dos seus assistidos.