A sentença n. 13157 de 6 de abril de 2022 da Corte Suprema de Cassação destaca a gravidade dos maus-tratos sofridos por menores no ambiente escolar, condenando três professores por condutas inaceitáveis. Este caso é emblemático não só pela sua dramaticidade, mas também pelas implicações legais que levanta em relação ao direito à defesa e à requalificação jurídica dos factos.
As três arguidas, C.L., G.S. e B.M.A., foram condenadas em primeira instância por maus-tratos a alunos de jardim de infância. As acusações incluíam violência física e psicológica, como agressões e humilhações, que causaram sofrimento às crianças, num contexto educativo em que o seu bem-estar deveria ser a prioridade. O Tribunal de Apelação de Turim confirmou a sentença condenatória, requalificando os factos nos termos do art. 572 c.p., relativo aos maus-tratos, em vez do art. 571 c.p., que se refere ao abuso dos meios de correção.
A Corte de Cassação rejeitou os recursos, sublinhando que a alteração jurídica não implicou um tratamento sancionatório mais severo para as arguidas.
A Cassação rejeitou os recursos apresentados pelas arguidas por vários motivos, constatando que:
Esta sentença oferece reflexões sobre diversos aspetos do direito penal italiano e sobre como são tratados os crimes contra menores. A Corte reiterou que mesmo um número limitado de episódios de violência, se sistemáticos e dirigidos a menores, podem configurar o crime de maus-tratos. Além disso, a sentença esclarece como a requalificação dos factos não deve necessariamente lesar o direito à defesa, desde que o sujeito acusado seja colocado em condições de conhecer e contestar a nova configuração acusatória.
Em conclusão, a sentença n. 13157/2022 da Corte de Cassação representa um importante precedente jurídico que sublinha a necessidade de proteger os menores de abusos e maus-tratos. Ao mesmo tempo, destaca a importância de garantir o direito à defesa para os arguidos, para que o processo penal respeite os princípios do devido processo legal. Sentenças deste tipo são fundamentais para a melhoria do sistema educativo e a tutela dos direitos dos mais vulneráveis.