A sentença n. 26849 de 2024, emitida pela Corte de Cassação, aborda um tema crucial relativo às medidas de prevenção patrimonial e à competência jurisdicional nas instâncias de restituição de bens confiscados. Este provimento, que se insere num contexto jurídico complexo, é fundamental para entender como as autoridades judiciárias italianas gerem o confisco e os direitos de terceiros.
Confisco de prevenção - Pedido de restituição de bens apresentado por terceiro - Pendência do julgamento de apelação - Competência do juiz do recurso - Existência - Razões. Em matéria de medidas de prevenção reais, compete à corte de apelação, pendente o recurso contra o provimento que determinou o confisco, a competência para decidir sobre o pedido de restituição de bens apresentado pelo terceiro interessado que alegue ser o proprietário, não se tratando de questões - para as quais persiste, em vez disso, a competência do juiz que emitiu o decreto de apreensão - relativas à gestão ou administração dos bens objeto de expropriação.
Esta máxima estabelece claramente que, no caso de um recurso contra um provimento de confisco, é a corte de apelação que deve decidir sobre o pedido de restituição apresentado por um terceiro. Isto significa que os direitos de propriedade de um terceiro não são ignorados, mas são, em vez disso, protegidos no âmbito do processo de apelação.
As implicações desta decisão são múltiplas e dizem respeito a vários aspetos da legislação italiana e europeia. Em primeiro lugar, sublinha-se a necessidade de garantir um justo equilíbrio entre a eficácia das medidas de prevenção e a proteção dos direitos dos indivíduos. A Corte reiterou, de facto, a centralidade do princípio da legalidade, consagrado no artigo 1.º da Convenção Europeia dos Direitos do Homem, que exige que qualquer interferência na propriedade privada seja efetuada no respeito das normas legais.
Em conclusão, a sentença n. 26849 de 2024 representa um importante passo em frente na proteção dos direitos de propriedade no contexto das medidas de prevenção. A competência reconhecida à corte de apelação para decidir sobre os pedidos de restituição garante um justo processo e uma maior proteção para os terceiros. Esta abordagem não só reflete os princípios fundamentais do direito italiano, mas também se alinha com as normativas europeias, enfatizando a importância de um sistema jurídico equitativo e transparente.