O recente acórdão do Tribunal de Cassação n. 18531 de 8 de julho de 2024 oferece uma importante reflexão sobre os prazos e as modalidades de renúncia a um recurso em sede de cassação. Esta decisão esclarece de forma definitiva quando é possível renunciar e quais são as consequências de tal escolha, essencial para todos aqueles que se encontram a enfrentar o sistema jurídico italiano.
De acordo com o artigo 390 do Código de Processo Civil (c.p.c.), o recorrente tem a faculdade de renunciar ao seu recurso até um certo momento do processo. O Tribunal, no seu acórdão, precisou que a renúncia é válida até que comece a exposição na audiência ou até à data da reunião em câmara. Isto implica que, uma vez chegado à câmara de conselho, a possibilidade de renúncia é precludida.
Julgamento de cassação - Prazo útil para a renúncia ao recurso - Identificação - Renúncia posterior à câmara de conselho fixada com reunião em câmara - Relevância - Exclusão - Fundamento. No julgamento de cassação, o recorrente pode renunciar ao recurso, nos termos do art. 390 c.p.c., até que comece a exposição na audiência ou até à data da reunião em câmara ou até que lhe sejam notificadas as conclusões escritas do Procurador-Geral nos casos previstos no art. 380-ter c.p.c., com a consequência de que é ineficaz a renúncia posterior à câmara de conselho da reunião em câmara fixada, tendo já concluído o procedimento decisório.
O Tribunal reiterou, portanto, que a renúncia efetuada após a reunião em câmara não tem efeitos jurídicos. Este é um aspeto crucial para os advogados e para os seus assistidos, pois sublinha a importância de agir tempestivamente no decurso do procedimento. Não é raro que os recorrentes, em situações de incerteza ou após terem examinado as conclusões do Procurador-Geral, decidam renunciar ao recurso. No entanto, a decisão esclarece que tal decisão, se tomada após um certo ponto, é irrelevante.
A decisão n. 18531 de 2024 representa uma importante orientação para a correta abordagem ao procedimento de cassação. A clareza oferecida pelo Tribunal de Cassação sobre os prazos e as modalidades de renúncia ao recurso é fundamental para evitar erros processuais que poderiam comprometer a defesa do recorrente. É essencial, portanto, que advogados e assistidos estejam sempre informados e preparados para tomar decisões tempestivas e conscientes no decurso do processo.