A sentença n. 7763 de 2007 da Corte de Cassação oferece uma importante reflexão sobre a responsabilidade civil em relação aos danos causados por coisas sob custódia, em particular no contexto das autoestradas. Neste artigo, exploraremos os detalhes da sentença e os princípios jurídicos que ela estabelece, destacando as implicações para os condutores e as concessionárias de autoestradas.
O caso examinado pela Corte dizia respeito a um acidente rodoviário em que o recorrente, P. P., colidiu com um cão enquanto percorria a autoestrada Pescara-Roma. A Corte foi chamada a avaliar se a concessionária da autoestrada, S.A.R.A. S.p.a., era responsável pelos danos causados ao veículo do recorrente.
O fortuito, que exclui a responsabilidade do custodiante, deve ser entendido em sentido amplo, compreendendo o facto de terceiro e o facto do próprio lesado.
Em primeira instância, o Juiz de Paz de Sulmona havia atribuído uma responsabilidade de 80% à concessionária, mas a decisão foi revertida em apelação, onde foi negada a prova do nexo de causalidade entre a conduta da S.A.R.A. e o acidente. A Corte de Cassação, com a sua sentença, acolheu o recurso de P. P., sublinhando a importância da responsabilidade por danos de coisas sob custódia.
A Corte de Cassação reiterou alguns princípios fundamentais relativos à responsabilidade por danos decorrentes de coisas sob custódia, em particular:
Estes princípios, embora tenham sido elaborados em contextos diferentes, aplicam-se perfeitamente ao caso em questão. A Corte esclareceu que a responsabilidade da concessionária não pode ser excluída sem uma prova adequada de um fator externo.
A sentença n. 7763/2007 da Corte de Cassação representa uma passagem significativa na compreensão da responsabilidade civil em relação às coisas sob custódia. Oferece um guia claro para os condutores e as concessionárias de autoestradas relativamente às suas responsabilidades em caso de acidentes. A decisão sublinha a importância de uma gestão adequada da segurança rodoviária e do monitoramento de animais ao longo das autoestradas, para que se possam prevenir eventos danosos e garantir a segurança dos utilizadores da estrada.