A sentença n.º 9646 de 10 de abril de 2024, emitida pela Comissão Tributária Regional de Florença, aborda um tema crucial para as atividades não domésticas: a taxa de higiene ambiental. O caso em questão, que envolve F. e A., destaca os problemas decorrentes da aplicação de uma taxa única para os utilizadores não domésticos, mesmo quando estes operam em superfícies com diferentes finalidades de uso. Este artigo propõe-se a analisar as implicações da sentença, procurando esclarecer as normas que a regem e evidenciar os pontos de criticidade para os contribuintes.
A taxa de higiene ambiental é regulamentada por normas nacionais e locais, incluindo o DPR de 27 de abril de 1999, n.º 158 e o Decreto Legislativo de 3 de abril de 2006, n.º 152. Estas normas estabelecem os critérios para a determinação das taxas e os princípios de equidade e proporcionalidade na imposição tributária. No entanto, a sentença em apreço sublinha que a aplicação uniforme de uma taxa para todos os utilizadores não domésticos, sem considerar a diversidade das atividades e das superfícies, pode ser ilegítima.
Taxa de higiene ambiental - Atividade exercida na unidade de superfície - Aplicabilidade - Condições - Fundamento. Em matéria de taxa de higiene ambiental, é ilegítima a disposição do regulamento municipal que estabelece a aplicação tarifária única a cada utilizador não doméstico, mesmo para superfícies que servem para o exercício da atividade com diferentes finalidades de uso e localizadas em locais diversos, devendo, em vez disso, nesses casos, aplicar-se a taxa prevista pelo regulamento para a categoria correspondente à tipologia de atividade exercida na unidade de superfície de referência, se esta última for distinta e qualificada pela sua própria individualidade estrutural e por uma peculiar tipologia de atividade exercida, que, embora servente em relação à principal, é diferente e idónea a dissociar o nexo de prevalência e a derrogar o princípio de preeminência da atividade característica e, consequentemente, à unicidade do utilizador.
A sentença n.º 9646 representa um importante precedente para as administrações municipais e para os contribuintes. De facto, esclarece que as taxas devem ser calculadas tendo em conta as características específicas das atividades exercidas. Em particular, as administrações locais são chamadas a:
A sentença n.º 9646 de 2024 representa um passo significativo para uma maior equidade na aplicação da taxa de higiene ambiental. Evidencia a importância de uma interpretação correta das normas vigentes, pondo ênfase na necessidade de considerar as especificidades das diferentes atividades. Os contribuintes não devem ser penalizados por regulamentos municipais genéricos, mas devem poder beneficiar de uma tarifação que reflita realmente a natureza das suas operações. Num contexto de crescente atenção à equidade fiscal, esta sentença poderá servir de catalisador para futuras reformas e adaptações normativas.