A sentença n. 18757 de 2022, proferida pela Corte de Cassação, oferece um importante esclarecimento sobre a execução de penas concorrentes e a gestão da liberdade antecipada. O tema é de extrema relevância para aqueles que atuam no setor do direito penal, pois aborda questões complexas relativas à cumulação de condenações e às modalidades de dedução de períodos de liberdade.
A questão central da sentença diz respeito à aplicação do art. 78 do Código Penal, que regula a cumulação de penas. Segundo a Corte, em caso de múltiplos períodos de liberdade antecipada relativos a condenações por crimes cometidos em tempos diferentes, é necessário proceder à formação de cumulações parciais. Isso implica um cálculo separado para cada período de liberdade, levando em conta as deduções que devem ser efetuadas. Tal abordagem visa garantir uma avaliação justa e proporcional das penas impostas.
Pluralidade de condenações e de períodos de liberdade antecipada usufruídos em tempos diferentes - Cumulação - Modalidades de formação. Em tema de execução de penas concorrentes, no caso em que ocorram múltiplos períodos de liberdade antecipada relativos a condenações por crimes cometidos em tempos diferentes - anteriores ou posteriores à detenção ou à liberdade antecipada - deve proceder-se à formação de cumulações parciais com cálculo separado, para cada um deles, das deduções que, a vários títulos, devem ser efetuadas, tendo em conta, primeiro para as cumulações parciais e, depois, para a total, o critério moderador de que trata o art. 78 do código penal, que deve ser aplicado não de forma unitária e ao final, mas às penas impostas pelos crimes cometidos antes do início da detenção.
Esta máxima evidencia a importância de uma aplicação não apenas rigorosa, mas também articulada das normas. É fundamental que os operadores do direito considerem os períodos individuais de liberdade e o impacto de cada um deles na pena global.
A sentença n. 18757 de 2022 representa um passo à frente no esclarecimento das complexidades da cumulação de condenações e da liberdade antecipada. Estabelece um importante precedente para a jurisprudência, sublinhando a necessidade de uma aplicação atenta e diferenciada das normas. Os operadores do direito devem prestar particular atenção a estas indicações, que podem influenciar significativamente as decisões processuais e as estratégias de defesa.