O fim de um casamento ou união estável levanta questões económicas complexas, especialmente quando um dos cônjuges aufere rendimentos que vão além do simples salário mensal. Compreender como elementos como stock options, bónus anuais e benefícios secundários (fringe benefits) afetam a determinação da pensão de alimentos ou de divórcio é um passo fundamental para proteger os seus direitos. A situação requer uma análise aprofundada, pois a avaliação destas componentes variáveis do salário pode alterar significativamente o equilíbrio económico estabelecido pelo juiz. Como advogado especialista em direito da família em Milão, o Dr. Marco Bianucci aborda estas dinâmicas com uma abordagem baseada na análise documental e no profundo conhecimento da jurisprudência em matéria.
A lei italiana, em particular os artigos 156 e 337-ter do Código Civil, estabelece que a pensão de alimentos deve ser calculada não só com base nas necessidades do beneficiário, mas também e, sobretudo, nas reais capacidades económicas de quem é obrigado a pagá-la. Este princípio implica que o juiz não se limita a considerar o salário base, mas deve avaliar todas as fontes de rendimento, riqueza e utilidade do cônjuge obrigado. A jurisprudência consolidada esclareceu que mesmo os rendimentos de natureza variável, se auferidos com certa regularidade e previsibilidade, contribuem para formar a base de cálculo da pensão.
Componentes como bónus de produção, prémios anuais, stock options e benefícios secundários (por exemplo, o uso de um carro da empresa, alojamento ou seguros de saúde) são, para todos os efeitos, parte do património e da capacidade de rendimento da pessoa. O desafio legal consiste em demonstrar não só a existência de tais remunerações, mas também a sua incidência no nível de vida gozado durante o casamento. Não é suficiente que um componente seja rotulado como