A sentença n. 37090 de 2024 da Corte de Cassação, Seção I Penal, oferece importantes reflexões sobre o instituto da fiança em regime de prova ao serviço social e sobre a avaliação das medidas alternativas à detenção. Neste artigo, analisaremos os principais aspetos da decisão, destacando os critérios utilizados pela Corte para chegar ao indeferimento do recurso apresentado por A.A., condenado por falência fraudulenta.
O Tribunal de Vigilância de Palermo declarou inadmissível o pedido de fiança em regime de prova ao serviço social de A.A., admitindo-o, em vez disso, à semi-liberdade. A defesa contestou esta decisão, sustentando que os resultados do UEPE evidenciavam um percurso de reinserção social do condenado, que há seis anos trabalhava numa empresa familiar e se disponibilizara para atividades de voluntariado.
A avaliação do pedido de fiança em regime de prova não pode prescindir da conduta tida pelo condenado após a prática do crime e dos seus comportamentos atuais.
A Corte invocou o princípio segundo o qual a fiança em regime de prova ao serviço social, regulamentada pelo art. 47 do ordenamento penitenciário, é uma medida alternativa à detenção que visa a reeducação do réu e a prevenção da reincidência. A jurisprudência consolidada estabelece que, para conceder tal medida, não é suficiente demonstrar uma completa revisão crítica do próprio comportamento passado, mas é necessária uma avaliação atenta da conduta posterior à condenação.
Em síntese, a sentença n. 37090 de 2024 evidencia como a avaliação da fiança em regime de prova deve levar em conta não apenas a natureza do crime, mas também a conduta tida pelo condenado posteriormente à condenação. A Corte demonstrou aplicar as normas com rigor, sublinhando o papel fundamental da gradualidade nas medidas alternativas, para garantir uma reinserção social eficaz e controlada. Esta abordagem representa não só uma proteção para a sociedade, mas também uma oportunidade para o condenado se reeducar e reintegrar no contexto social.