A sentença n.º 37100, de 7 de julho de 2023, depositada em 11 de setembro de 2023, oferece uma importante reflexão sobre as formas de impugnação das medidas cautelares reais, destacando o dever do tribunal de reexame de fornecer uma motivação adequada em caso de censuras específicas relativas ao "fumus commissi delicti". Esta pronúncia enfatiza um aspeto crucial do direito penal: a garantia de um processo equitativo, onde a motivação das decisões jurídicas nunca pode ser negligenciada.
De acordo com o estabelecido no artigo 325, n.º 1, do código de processo penal, o recurso de cassação só pode ser interposto por violação da lei. A sentença em apreço esclarece que as violações da lei incluem não só as aplicações erradas de normas, mas também a absoluta falta de motivação e a motivação aparente. Isto implica que um provimento de apreensão preventiva, se desprovido de justificação adequada, pode ser impugnado e anulado com reenvio.
Impugnação do provimento de apreensão preventiva - Censuras específicas relativas ao "fumus commissi delicti" - Dever do tribunal de reexame de fornecer motivação adequada - Falta absoluta de motivação ou motivação aparente - Violação da lei - Subsistência - Consequências.
A Corte, no seu julgamento, sublinhou que o tribunal de reexame deve examinar com atenção as censuras levantadas pelo recorrente relativas ao fumus commissi delicti, fornecendo motivações claras e detalhadas quanto à improcedência ou superfluidade dos argumentos apresentados. A falta de tal motivação não só compromete o direito de defesa do arguido, mas constitui uma violação da lei, que pode levar à anulação do provimento de apreensão.
Em resumo, as consequências de uma motivação inadequada são significativas e podem determinar a reavaliação da situação cautelar pelo tribunal, com potenciais efeitos sobre as liberdades individuais.
A sentença n.º 37100 de 2023 representa um passo importante para a salvaguarda dos direitos dos arguidos no contexto das medidas cautelares. Reafirma a necessidade de uma motivação adequada por parte dos tribunais, para que as decisões jurídicas sejam justas e respeitem os princípios de legalidade e justiça. Num sistema jurídico, a transparência e a clareza das decisões devem ser prioritárias para garantir a confiança dos cidadãos na justiça.