A recente decisão n. 21839 de 2 de agosto de 2024, emitida pela Corte de Cassação, oferece uma importante interpretação sobre a delegação para a assinatura dos avisos de fiscalização para fins tributários. Este pronunciamento esclarece a distinção fundamental entre a delegação de assinatura e a delegação de funções, um aspecto crucial no contexto da administração fiscal.
A referência principal nesta decisão é o artigo 42 do d.P.R. n. 600 de 1973, que disciplina as modalidades de delegação para a assinatura dos avisos de fiscalização. A Corte estabeleceu que tal delegação deve ser considerada uma simples delegação de assinatura, que implica um mero descentralização burocrática. Isso significa que o ato assinado pelo delegado é imputável ao órgão delegante, sem necessidade de formalidades adicionais.
Uma das consequências mais relevantes desta decisão é a inaplicabilidade da disciplina estabelecida para a delegação de funções, conforme estabelecido pelo art. 17, comma 1-bis, do d.lgs. n. 165 de 2001. A Corte esclareceu que, para a delegação de assinatura, é suficiente a identificação da qualificação do funcionário delegado, permitindo assim maior flexibilidade nas modalidades de implementação da delegação.
Delegação para assinatura ex art. 42 do d.P.R. n. 600 de 1973 - Delegação de assinatura - Modalidades - Inaplicabilidade da disciplina estabelecida para a delegação de funções de que trata o art. 17, comma 1-bis, do d.lgs. n. 165 de 2001 - Consequências. A delegação para a assinatura do aviso de fiscalização, conferida pelo dirigente ex art. 42, comma 1, do d.P.R. n. 600 de 1973, é uma delegação de assinatura e não de funções, pois realiza uma mera descentralização burocrática sem relevância externa, com o ato assinado pelo delegado imputável ao órgão delegante...
Em resumo, a decisão n. 21839 de 2024 representa um importante esclarecimento em um âmbito delicado como o da fiscalização tributária. A distinção entre delegação de assinatura e delegação de funções não é apenas fundamental para a correta aplicação da normativa fiscal, mas também oferece subsídios para uma reflexão mais ampla sobre a simplificação burocrática na administração pública. A Corte de Cassação, com esta decisão, convida a uma maior atenção às modalidades de delegação, assegurando que elas estejam alinhadas com as necessidades operacionais das administrações fiscais.