A recente sentença n. 22365 de 24 de março de 2023 oferece perspetivas significativas sobre a gestão de recursos em casos de condenações cumulativas. Em particular, a Corte de Cassação abordou a questão do erro de cálculo na determinação da pena final, destacando a importância da autonomia dos capítulos de condenação individuais. Este princípio é crucial para compreender como as decisões sobre os vários crimes podem influenciar o trânsito em julgado da sentença.
No caso examinado, o arguido D. P. M. Marinelli Felicetta foi condenado por múltiplos crimes. Posteriormente, surgiu um erro na determinação da pena final devido à não eliminação da pena relativa a segmentos de crime declarados extintos por prescrição. Este erro levou o arguido a apresentar recurso, levantando questões relativas ao trânsito em julgado da sentença.
Sentença cumulativa de condenação - Erro na determinação da pena final em relação a alguns segmentos do crime declarados prescritos - Recurso - Anulação parcial relativamente ao tratamento sancionatório - Autonomia dos capítulos individuais - Consequências - Trânsito em julgado da condenação pelos demais crimes. Em caso de sentença de condenação relativa a múltiplos crimes imputados ao mesmo arguido, a proposição de um motivo de recurso com que se alegue erro de cálculo na determinação da pena final, decorrente da não eliminação da pena relativa a alguns segmentos da conduta ilícita declarados extintos por prescrição, não impede o trânsito em julgado da sentença com referência aos crimes para os quais os restantes motivos de recurso sejam inadmissíveis, dada a autonomia da relação processual inerente a cada capítulo da sentença.
A Corte reiterou alguns princípios jurídicos fundamentais, incluindo:
A sentença n. 22365 de 2023 representa uma importante confirmação do princípio de autonomia dos capítulos de condenação, esclarecendo que erros de cálculo não impedem o trânsito em julgado de outras condenações por crimes para os quais não foram levantados motivos de recurso. Esta abordagem visa garantir a eficácia do sistema jurídico, evitando que erros formais possam comprometer todo o processo penal. Os operadores do direito devem, portanto, prestar atenção a estes desenvolvimentos, pois podem influenciar as estratégias de defesa e a abordagem em futuros recursos.