A recente ordem n.º 23137 de 27 de agosto de 2024, emitida pela Corte de Cassação, representa uma importante decisão em matéria de jurisdição, em particular no que diz respeito a litígios relativos a universidades agrárias e fundos de domínio coletivo. Este artigo visa analisar os pontos salientes da sentença, tornando compreensíveis as implicações jurídicas das decisões tomadas pela Corte.
O litígio refere-se a uma universidade agrária que contestou as deliberações municipais relativas à classificação de estradas e à aquisição de fundos. A Corte esclareceu que, em tais casos, a jurisdição é atribuída ao juiz administrativo, excluindo o comissário de usos cívicos. Este aspecto é fundamental, pois estabelece claramente os limites entre as competências das diferentes autoridades jurisdicionais.
Em geral. É atribuída à jurisdição do juiz administrativo - e não do comissário de usos cívicos - a controvérsia introduzida por uma universidade agrária, titular de fundos já definitivamente reconhecidos como de domínio coletivo, para contestar as deliberações municipais de classificação de estradas e aquisição dos fundos ao património do ente.
Esta máxima evidencia a centralidade da jurisdição administrativa no tratamento de questões que envolvem os interesses das universidades agrárias. É importante notar que a Corte fez referência a normativas consolidadas, como a Lei de 16/06/1927 n.º 1766, que estabelece as bases jurídicas para a gestão dos usos cívicos e dos fundos coletivos.
A decisão da Corte de Cassação tem diversas implicações práticas para as universidades agrárias e as administrações locais. Ela esclarece que:
Estas considerações são particularmente relevantes num contexto em que as universidades agrárias desempenham um papel fundamental na gestão do território e dos recursos naturais.
A ordem n.º 23137 de 2024 representa um marco na definição da jurisdição em matéria de usos cívicos e fundos de domínio coletivo. A Corte de Cassação soube esclarecer os papéis das diferentes autoridades jurisdicionais, fornecendo uma importante referência para as universidades agrárias e as administrações locais. Este tipo de decisões é essencial para garantir uma gestão equitativa e transparente dos recursos coletivos, no respeito pelas normativas vigentes.