O acórdão n. 28727 de 26 de junho de 2024 do Tribunal de Cassação representa um importante ponto de referência para o direito da construção italiano, em particular no que diz respeito aos crimes de construção e à suspensão condicional da pena. Neste artigo, analisaremos os principais aspetos desta decisão, que clarifica as consequências da não fixação de um prazo para a demolição de obras ilegais por parte do juiz.
O Tribunal de Cassação foi chamado a pronunciar-se sobre um caso em que o juiz de primeira instância se tinha omitido em fixar um prazo para o cumprimento da obrigação de demolição de uma obra ilegal. A questão central dizia respeito à aplicação do art. 31, n.º 3, do d.P.R. 6 de junho de 2001, n.º 380, que estabelece um prazo de noventa dias a partir do trânsito em julgado da sentença para cumprir tal obrigação.
A máxima que emerge do acórdão é a seguinte:
Crimes de construção - Suspensão condicional subordinada à demolição da obra ilegal - Prazo para cumprimento - Não fixação - Identificação - Critérios. Em matéria de crimes de construção, caso o juiz se tenha omitido em fixar o prazo para cumprir a obrigação de demolição do manufaturado ilegal, a que tenha subordinado o benefício da suspensão condicional da pena, aplica-se o de noventa dias a partir do trânsito em julgado da sentença, estabelecido pelo art. 31, n.º 3, d.P.R. 6 de junho de 2001, n.º 380.
A decisão do Tribunal de Cassação clarifica que, na ausência de um prazo específico fixado pelo juiz, o prazo de noventa dias se aplica automaticamente. Este aspeto é crucial para garantir que as obras ilegais sejam removidas em prazos razoáveis, protegendo assim o território e o ambiente.
Com base no acórdão, é possível delinear os seguintes pontos chave:
O acórdão n. 28727 de 2024 representa uma importante afirmação do direito da construção em Itália. Reafirma que, mesmo na ausência de indicações específicas por parte do juiz, as normas existentes devem ser respeitadas, garantindo assim a proteção do território e a ordem pública. A clareza dos prazos previstos pela normativa permite aos operadores do direito e aos cidadãos ter uma maior consciência dos seus direitos e deveres em matéria de construção.