A sentença n.º 48102 de 15 de setembro de 2023 representa um importante ponto de referência para o direito processual penal, em particular no que diz respeito à proteção dos direitos dos arguidos estrangeiros. Neste artigo, analisaremos os princípios estabelecidos pela Corte de Cassação relativos à nomeação do intérprete para aqueles que não conhecem a língua italiana, e as consequências legais decorrentes da falta de nomeação.
A Corte de Cassação, na sua sentença, sublinhou que a omissão de nomeação de um intérprete em caso de arguidos que não compreendem a língua italiana acarreta nulidade de regime intermediário. Este princípio está em linha com o artigo 143 do Novo Código de Processo Penal, o qual estabelece a obrigação de garantir que os arguidos possam compreender e participar plenamente no processo. A sentença baseia-se em precedentes jurisprudenciais que reforçam a importância deste direito fundamental.
Arguido - Falta de conhecimento da língua italiana - Omissão de nomeação do intérprete - Consequências - Nulidade de regime intermediário. Em matéria de tradução de atos, a omissão de nomeação de um intérprete ao arguido cuja falta de conhecimento da língua italiana tenha sido comprovada dá lugar a uma nulidade de regime intermediário.
A máxima expressa pela Corte de Cassação evidencia como a falta de nomeação de um intérprete não é apenas uma simples formalidade, mas um requisito essencial para garantir um processo equitativo. A nulidade de regime intermediário implica que os atos processuais praticados sem a presença de um intérprete não podem ser considerados válidos, e isso acarreta a possibilidade de impugnar as decisões tomadas em tais circunstâncias.
As implicações práticas da sentença n.º 48102 são múltiplas. Entre estas, podemos destacar:
Esta decisão da Corte de Cassação representa um passo importante para a tutela dos direitos humanos e o respeito do princípio de equidade processual, fundamentais num sistema jurídico democrático.
Em conclusão, a sentença n.º 48102 de 2023 oferece uma importante reflexão sobre a necessidade de garantir uma justiça equitativa e acessível a todos, independentemente da língua falada. Os advogados e os profissionais do setor jurídico devem prestar particular atenção a este aspeto para evitar que os direitos dos arguidos sejam comprometidos. A tutela dos direitos linguísticos é, de facto, um elemento crucial para um justo processo e para o respeito da dignidade dos indivíduos envolvidos no sistema penal.