No panorama jurídico italiano, a figura do administrador de apoio desempenha um papel fundamental na garantia da proteção de pessoas com capacidade de agir limitada. A Ordem n.º 22982 de 20 de agosto de 2024, emitida pela Corte di Cassazione, aborda um tema crucial: a natureza do decreto de liquidação das remunerações devidas aos administradores de apoio. Esta decisão, além de esclarecer aspetos processuais, oferece uma reflexão importante sobre a proteção de pessoas vulneráveis.
A Corte, na sua ordem, afirma que "o decreto cameral com que o juiz tutelar liquida as despesas ou a remuneração em favor do administrador de apoio, tal como o que é emitido em favor do tutor do interdito, tem natureza decisória na parte em que resolve questões relativas à titularidade e à entidade dos respetivos créditos e é, portanto, impugnável com recurso extraordinário nos termos do art. 111, n.º 7, da Constituição." Esta passagem é crucial, pois estabelece claramente que os decretos relativos à remuneração não são meros atos administrativos, mas sim provimentos com efeitos jurídicos significativos.
Administrador de apoio - Remuneração equitativa nos termos do art. 379 c.c. - Decreto de liquidação do juiz tutelar - Natureza decisória - Limites - Recurso nos termos do art. 111, n.º 7, da Constituição - Admissibilidade. O decreto cameral com que o juiz tutelar liquida as despesas ou a remuneração em favor do administrador de apoio, tal como o que é emitido em favor do tutor do interdito, tem natureza decisória na parte em que resolve questões relativas à titularidade e à entidade dos respetivos créditos e é, portanto, impugnável com recurso extraordinário nos termos do art. 111, n.º 7, da Constituição.
A decisão da Corte di Cassazione tem notáveis implicações para a prática jurídica relativa à administração de apoio. De facto, ao reconhecer a natureza decisória do decreto de liquidação, estabelece-se um claro percurso de tutela para os administradores de apoio, que podem agora contestar as decisões do juiz tutelar através do recurso extraordinário. Isto significa que, em caso de desacordo sobre a liquidação das remunerações, o administrador de apoio dispõe de um meio legal para fazer valer os seus direitos.
Em conclusão, a Ordem n.º 22982 de 2024 representa um passo importante na proteção de pessoas com capacidade de agir limitada e dos administradores de apoio. Ao estabelecer a natureza decisória dos decretos de liquidação, a Corte di Cassazione não só esclarece um aspeto processual, mas também reforça a proteção dos direitos das pessoas vulneráveis, garantindo-lhes um acesso mais direto à justiça. É fundamental que os profissionais do direito tenham em conta esta decisão nas suas práticas diárias, para assegurar que os direitos dos seus assistidos sejam sempre respeitados.