A sentença n. 26348 de 18 de abril de 2023, depositada em 19 de junho de 2023, aborda um tema delicado e relevante no contexto do ordenamento penitenciário italiano: o reconhecimento dos benefícios penitenciários para detidos condenados por crimes impeditivos. A decisão, emitida pela Corte de Cassação, oferece insights interessantes para compreender não apenas o funcionamento do sistema penal, mas também as responsabilidades dos tribunais de vigilância.
Com base no artigo 4-bis da lei n. 354 de 1975, o reconhecimento dos benefícios penitenciários é limitado para crimes de primeira faixa, que incluem crimes de particular gravidade, como os ligados à criminalidade organizada. A sentença em questão esclarece que, embora a falta de solicitação de parecer ao Comitê provincial para a ordem e a segurança pública não acarrete a nulidade da decisão, ela impõe um ônus motivacional reforçado. Isso significa que o tribunal deve demonstrar de forma mais detalhada a ausência de ligações entre o condenado e a criminalidade organizada.
01 Presidente: BONI MONICA. Relator: BIANCHI MICHELE. Relator: BIANCHI MICHELE. Réu: PG C/ ROSMINI BRUNO. P.M. COSTANTINI FRANCESCA. (Diff.) Rejeita, TRIB. VIGILÂNCIA SASSARI, 20/10/2021 563000 INSTITUTOS DE PREVENÇÃO E PENA (ORDENAMENTO PENITENCIÁRIO) - Decisão sobre benefícios penitenciários - Condenado por crimes de que trata o art. 4-bis lei n. 354 de 1975 - Falta de solicitação de informações ao Comitê provincial para a ordem e a segurança pública - Nulidade - Exclusão - Ônus motivacional reforçado - Existência. Em tema de reconhecimento dos benefícios penitenciários a detidos em expiação de pena por crimes impeditivos, os chamados de primeira faixa, ex art. 4-bis lei 26 de julho de 1975, n. 354 (no texto anterior à modificação de que trata o d.l. 30 de outubro de 2022, n. 162, convertido, com modificações, pela lei 30 de dezembro de 2022, n. 199), a falta de solicitação, por parte do Tribunal de vigilância, do parecer ao Comitê provincial para a ordem e a segurança pública não acarreta a nulidade da decisão, impondo, todavia, um ônus motivacional reforçado sobre a inexistência de ligações entre o condenado e a criminalidade organizada. (Diff.: n. 1095 de 09/03/1992, Rv. 189700-01).
As implicações da sentença são múltiplas. Primeiramente, destaca-se a importância de uma abordagem motivacional detalhada por parte do tribunal, que deve levar em conta não apenas a legislação vigente, mas também as especificidades do caso em análise. A Corte, com esta decisão, exige uma análise mais aprofundada por parte dos juízes, o que pode influenciar as decisões futuras relativas à concessão dos benefícios penitenciários.
Em conclusão, a sentença n. 26348 de 2023 representa um passo significativo na direção de um sistema penal mais justo e transparente. Ela evidencia a necessidade de uma análise aprofundada e motivada por parte dos tribunais, que não só devem aplicar as normas, mas também garantir os direitos dos detidos no respeito à lei. Esta decisão pode influenciar positivamente o futuro tratamento dos detidos, contribuindo para uma abordagem mais equitativa e humana no âmbito do ordenamento penitenciário.